quarta-feira, 4 de julho de 2012

Noções Básicas de Saúde e Socorrismo



Introdução

     No âmbito da disciplina de Animação Sociocultural foi nos providenciado uma formação sobre Suporte Básico de Vida com uma professora da nossa escola, isto integrado no Módulo 8 “Noções Básicas de Saúde e Socorrismo”.

Seria bom que todos nós tivéssemos noções mínimas para socorrer uma vítima. Em caso de acidente devemos manter a calma e também é importante que o socorrista verifique que existem condições de segurança para si. Devemos ter consciência que um socorro mal executado pode comprometer ainda mais a saúde da vítima.

Ao longo do trabalho irei abordar todos os conhecimentos que aprendi nesta formação.































Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)

A Estrela da Vida
     Define-se como o conjunto de meios e ações extra-hospitalares, hospitalares e inter-hospitalares, com a intervenção ativa dos vários componentes de uma comunidade programados de modo a possibilitar uma intervenção rápida, eficaz e com economia de meios, em situações de doença súbita, acidentes e catástrofes, nas quais a demora de medidas adequadas, diagnóstico e terapêutica, podem conduzir a graves riscos ou prejuízo ao doente.


     Nas situações de doença súbita e acidente, os cuidados imediatos
podem ser garantidos por qualquer pessoa com formação em Socorrismo.


Muitas vezes é necessário aplicar um conjunto de meios e de ações que
envolvem a intervenção ativa de vários indivíduos com vista a restabelecer a
normalidade, isto significa que, para além do 1º socorro à vítima é necessário
que alguém acione uma ambulância com os elementos necessários ao
socorro e transporte da vítima para uma unidade hospitalar. 


Esta equipa deve promover as ações adequadas e necessárias ao diagnóstico, terapêutica e tratamento definitivo da vítima pois sem os quais este pode sofrer grande risco ou prejuízo.





Contém 6 passos:

1- Deteção do acidente e proteção do local para não agravar a situação.



2- Contactar os meios de socorro (112).



3- Gestos simples que podem ser executados até à chegada do socorro.



4- Tratamento inicial efetuado às vítimas de doença súbita ou acidente, com o objetivo de salvar a vida, diminuir a incapacidade e diminuir o sofrimento.


5- Realiza-se desde o local da ocorrência até a entrada no serviço de saúde adequado, garantindo à vítima durante o transporte, o socorro adequado.



6- Tratamento na unidade de saúde mais adequada à situação.



Objetivos do SIEM:




  • A coordenação das diversas atividades de emergência médica, é da responsabilidade do INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica - (organismo criado em 1981 e dependente do Ministério da Saúde). Chegada rápida ao local da ocorrência;
  • Estabilização da vítima ou doente no próprio local;
  • Transporte adequado da vítima ou doente;
  • Tratamento adequado a nível hospitalar, estando prevista a possibilidade de transferência para um hospital mais diferenciado que garanta os cuidados definitivos.



O SIEM conta com a ajuda:

  • Público em geral;
  • Agentes da PSP/GNR;
  • Bombeiros;
  • Cruz Vermelha Portuguesa;
  • Tripulantes de ambulância;
  • Operadores das centrais de emergência;
  • Médicos e enfermeiros, quer em trabalho pré-hospitalar quer hospitalar;
  • Pessoal técnico e auxiliares de ação médica dos hospitais;
  • Pessoal técnico na área das telecomunicações e informática;
  • Para além destes intervenientes humanos, há a considerar os meios de comunicação, os materiais de socorro e os meios de transporte.





    A coordenação das diversas atividades de emergência médica, é da responsabilidade do INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica - (organismo criado em 1981 e dependente do Ministério da Saúde).


Socorrismo

     Quem tem formação em primeiros socorros sabe aplicar um conjunto de conhecimentos que permitem, perante uma situação de acidente ou doença súbita, estabelecer prioridades e desenvolver ações adequadas com o fim de estabilizar ou melhorar a situação da(s) vítima(s).




O socorrista deve:




  • Ter atitudes racionais e coerentes;
  • Deve manter sobretudo a calma;
  • Aplicar corretamente todos os seus conhecimentos de modo a preparar e facilitar a continuidade das suas ações por outros técnicos especializados;
  • Ser bom observador, atuar rapidamente, ser perseverante, saber improvisar, “ter sangue frio”, e saber incutir confiança;
  • Afastar os curiosos, utilizar equipamento de proteção individual, se for fácil e seguro, desligar as máquinas, pegar no extintor e deixá-lo, pronto para uso, a uma distância segura do local de risco;
  • Efetuar a chamada para o 112 e pedir ajuda adequada à situação e informar calmamente o número de contacto, o local exato com pontos de referência, o número aproximado de vítimas e o seu estado, e o que já foi feito. Só desligar a chamada após indicação do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes).

Exame à Vítima
     
     O Socorrista deve proceder ao chamado Exame Geral da Vítima antes de fazer o que quer que seja.


Este serve para:


  • Identificar e corrigir situações que coloquem a vítima em perigo imediato de vida;
  • Identificar e corrigir situações que não representando perigo de vida podem agravar a situação geral se não forem corrigidas;
  • Avaliar e registar os Sinais Vitais.


Neste exame é fundamental:

  • Garantir as condições de segurança da vítima e da equipa de socorro;
  • Não avançar no exame da vítima sem ter corrigido a situação anteriormente identificada;
  • Que qualquer atuação incorreta pode significar sequelas permanentes ou mesmo a morte;
  • Iniciar o exame primário com a verificação do estado de consciência: perguntando se “está a ouvir” e abanando levemente a vítima ao nível dos ombros.
  • Um doente inconsciente corre perigo de vida pois pode facilmente ficar com a via aérea obstruída, devido à queda da própria língua ou pelo acumular de secreções, vómito, sangue ou mesmo por existirem corpos estranhos.




Os 3 passos do exame são:
1-AIRWAY (Permeabilização da Via Aérea com Proteção Cervical)



  • Se for a vítima de trauma deverá ser imediatamente estabilizada a coluna cervical;
  • Abrir a boca e reirar todos os objetos que obstruam a via;
  • Permeabilizar as vias aéreas.



2-BREATHING (Ventilação e Respiração)- Durante 10 segundos:


  • Ver - movimentos do tórax e abdómen;
  • Ouvir - ar a entrar e sair das vias aéreas;
  • Sentir - ar expirado da vítima.


3-CIRCULATION (Circulação, Hemorragias Externas Graves e Choque)



  • Controlar imediatamente Hemorregias Externas Graves;
  • Pesquisa de Sinais e Sintomas de choque;
  • Vigilância Apertada.


Posição Lateral de Segurança

     Antes de tudo devemos ter em atenção que esta técnica não se aplica em vítimas de trauma, devido à possibilidade de lesão vertebro-medular.


Normalmente as vítimas inconscientes apresentam um grande risco de obstrução da via aérea, devido ao relaxamento dos músculos da mandíbula e da língua, daí ser necessário recorrer a esta técnica de imediato. Se existir ventilação espontânea e após verificar que não existem sinais de hemorragias graves e sinais precoces de choque deverá colocar a vítima em P.L.S..




Esta técnica:
  • Corrige a queda da língua, que pode obstruir a respiração;
  • Facilita a drenagem das secreções da boca;
  • Se a vítima vomitar é mais fácil remover o vómito, sem comprometer a permeabilidade da via aérea.


Como executar esta técnica:




1- Posicionar o membro superior do lado em que o socorrista se encontra na posição de flexão alinhado com a cabeça
da vítima;






2- Colocar o dorso da mão da vítima do lado oposto encostado à face, devendo o socorrita segura-la nesta posição;


3- Mantendo o dorso da mão da vítima encostado à sua face, fletir o membro inferior do lado oposto em que o socorrista se encontra;


4- Manter fixas ambas as mãos (uma no ombro e outra na anca) e rodar a vítima para o lado em que o socorrista se encontra;

5- Após a vítima se encontrar de lado, corrigir o posicionamento da cabeça, de forma a melhorar a permeabilização da via aérea;



6- Fletir o membro inferior para que o corpo da vítima se mantenha de lado;


7- Vítima posicionada.









Disfunção neurológica e exposição

DESABILITY (Disfunção Neurológica)



  • Estado de Consciência:
                   A – Alerta

                   V - Responde a Estímulos Verbais

                   P - Responde a Estímulos Dolorosos

                   U - Sem Resposta
  • Lateralização da Resposta Motora
  • Pupilas




Suporte Básico de Vida

     Define-se como o conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de uma vítima em paragem cardiorrespiratória, a iniciar de imediato sem recurso a qualquer equipamento excepto o de proteção individual e tem como objetivo recuperar vítimas de paragem cardiorrespiratória através de manobras básicas de reanimação que pretendem manter a circulação e ventilação até que chegada de ajuda especializada.


       A Cadeia de Sobrevivência é composta por quatro ações e todas elas são importantes para que o resultado final seja uma vida salva. São elas:

  • Acesso precoce ao sistema;
  • Início precoce de Suporte Básico de Vida;
  • Desfibrilhação precoce;
  • Suporte Avançado de Vida precoce.

          O socorrista deve obter uma impressão geral do cenário, avaliar as condições de segurança e avaliar o estado de consciência da vítima, chamando-a e abanando-a suavemente nos ombros.

Se estiver consciente continuar exame e se necessário colocar em PLS.


Se esiver inconsciente (Paragem Cardiorrespiratória) deve-se pedir ajuda.


Se estiver inconsciente como se deve proceder:


Em relação à via aérea: 
  • Avaliar a permeabilidade das vias aéreas e remover os objetos que estão a obstruir;
  • Efetuar a extensão da cabeça.








Em relação à ventilação:

  • Desapertar roupa e expor o tórax.
  • Verificar se respira durante 10 segundos.
  • Se respirar colocar em PLS.
  • Se não respirar está identificada a PCR.
  • Pedir ajuda a outras pessoas, se estiver sozinho executar soxinho e ligar para o 112.




Em relação à Circulação:


  • Inicie 30 compressões no centro do torax, alternando com 2 insuflações (cada insuflação) com duração de 1 segundo.
  • Manter até: chegar ajuda diferenciada; a vítima inicie respiração normal; ou o reanimador ficar exausto.







Obstrução da via aérea


     É a dificuldade respiratória, ou a impossibilidade de respirar causada por obstrução das vias aéreas, geralmente por corpo estranho.


Esta obstrução pode ser:

  • PARCIAL
Estimular a tosse até resolver a obstrução.

  • TOTAL
     Deve-se iniciar por cinco pancadas interescapulares e se não resultar passar para cinco compressões na linha média do abdómen entre o apêndice e o umbigo, de baixo para cima e da frente para trás. Ter em atenção que deve adequar a força à idade e tamanho da vítima.










Em vítimas obesas e grávidas substituir as compressões abdominais por compressões torácicas.


Em vítimas inconscientes, com mais de um ano de idade:
Em primeiro lugar verificar a cavidade oral, tentar ventilar 5 vezes e iniciar manobras com o cuidado de verificar a cavidade oral no final de cada 30 compressões.


Em crianças com menos de um ano de idade:
A criança deve ser colocada de barriga para baixo sobre mão e antebraço de quem executa a manobra, com a cabeça mais baixa que o tórax, se necessário até 5 pancadas nas costas. Se não resolver, virar a criança de barriga para cima e sobre a mão e antebraço de quem executa a manobra, com a cabeça mais baixa que o tórax efectuar 5 compressões torácicas. Remover algum objeto se for visível.


     Devemos ter em atenção que em crianças com menos de 1 ano não se efetuam compressões abdominais.


Algumas noções

      Acidente é um acontecimento imprevisto, tem efeitos limitados no tempo e no espaço e é suscetível de atingir pessoas, bens e ambiente.


     Doença Súbita é a alteração involuntária do estado de saúde, causada por uma condição médica pré-existente e nunca por acidente, que exija a prestação de primeiros socorros e tratamento de urgência em Hospital.


     Na ventilação é necessário proceder à observação da vítima e contabilizar o número de ciclos ventilatórios (conjunto de uma inspiração e uma expiração) durante um minuto (frequência), observar a expansão torácica (normal, superficial ou profunda) e o ritmo (regular ou irregular).


Conclusão

     Com esta formação aprendi que todos nós devemos ter estas noções básicas, elas são muito importantes, podem ajudar a vida de uma pessoa ou até mesmo salvar a vida dessa pessoa. Era necessário que todos nós soubéssemos todas estas noções ou pelo menos as mais importantes.

Temos que nos lembrar que um dia podemos ter que as pôr em prática ou também que alguém ponha em prática connosco.